domingo, 17 de abril de 2011

O drama da vida

Se me for dado, um dia que seja
O poder de mudar o mundo
Talvez eu nada fizesse
Nada que, além do tudo
Pudesse mudar, a intrincada e difícil destinação da humanidade
Se eu proporcionasse a paz ao mundo, qual o ideal dos povos de diferentes culturas?!
Se eu proporcionasse amor ao próximo, como compartilhar e resumir as diferenças?!
Se eu proporcionasse dinheiro, o que seriam dos monges?!
Se eu proporcionasse felicidade, o que seria da luta pelos nossos ideias?!
Enfim, o mundo é regulado, nada é preciso ser dado ou proporcionado
A gangorra da vida mantém-se equilibrada
Se houverem guerras, paz, não foi porque ninguém proporcionou isso ao bel prazer
Mas porque o homem quis assim
Interferir no destino humano, concretizando um ideal
Só tornaria a vida sem graça, um mero espetáculo teatral
Com marionetes sem livre arbítrio, sem respeiração
Que agem sabendo de onde vem e para onde vão
Sem nunca saber o diferente, sem te idéia do que poderiam fazer
Caso agissem em contrariedade ao ideal pré-programado em suas mentes
A vida é feita de felicidades, desastres, amores e dessabadores
Torná-la para sempre feliz seria acabar consigo mesma
Afinal, o homem pensa e age, se não pensasse, não agiria
Se não agisse, não faria mal, se não fizesse o mal, seria, então, feliz?!
Reflita-se, afinal, a felicidade não é um ideal?!
Diria, eu, então, que o homem que nunca pecou, nunca existiu
Não teve livrte arbítrio, nunca atuou
Foi como um animal vendado, que só enxerga a sua frente
Não sabe que, a seu lado, pode existir outro ente
Podem haver outros caminhos
A vida é um drama
Às vezes cômico, muitas vezes triste
Mas sem previsão
Você faz o que você quer
Não se sabe do amanhã, então, viva o agora
Afinal, outrora, não se poderá voltar atrás
A vida é voraz, é indestinada
Resta-nos entrar no teatro da vida
Mais um personagem, insignificante, se visto sozinho, mas importante, quando ao lado de todos
Então, que se faça um pouquinho
Que melhore-se o mundo
Mas deixe o destino correr, sem previsões, muito menos alterações unipessoais
A vida é dinâmica
Caso torne-se estática, não estaremos vivos
Apenas estaremos obedecendo as cordas do controlador de marionetes
Quando este cansar, nada mais restará
Então, caíremos, mortos, no chão
De uma peça triste
Que acabou, sem um fim...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ideal

Tenho um ideal
Buscado, jamais alcançado
Mas, pense ao meu lado
Será mesmo que este ideal deve ser concretizado?!
Imaginem só a situação
Corro, luto e busco a ascenção
Quando alcanço, onde estou?
No início de tudo novamente, para onde vou?...
Alcançado o ideal me vejo, então, sozinho
Um passáro sem ninho
O instinto de preservação deparece
Então, se perece
Alcançado um ideal, chega-se ao seu fim
Não há mais nada depois, nada por mim
É o fim de um ciclo, e agora?!
Espera-se pela morte, que não demora...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Versos de Loucura

Ouço o barulho do assoalho rangendo
Que coisa estranha, não sinto medo
só mesmo um sentimento de perplexidade
Estou só nesta cidade
Em uma casasinha, que mais parece um lixão
Envolto em um cobertor, sem nenhuma emoção
Meus olhos, esbugalhados, estão vermelhos
Será o insenso?!
Não sei, talvez o descenso
De um corpo esguio, que não deveria nem ao menos se segurar em pé
Fraco, debilitado, débil mental inclusive

sou um procurador do Criador
Na minha loucura, sinto-me o verdadeiro salvador
De todos que estão perdidos
Mas, nem eu mesmo sei onde estou, estou caído
Rastenjando pelo chão frio dessa casa
Por seu dono tão mau amada
Por todos desprezada
Mas seu dono, louco, insano
Não faz mais nada além do profano

Sim, sou eu
Louco travestido em figura simples, debilitada
Que espera apenas uma brecha para... !!!
Atacar-lhe o pescoço e sugar seu sangue
Um vampiro?! Não, um louco psicótico a procura de alguém
Que enfim o ame, de verdade
E o atire da beira de um abismo, sem maldade
O faça morrer feliz, com sorriso sarcástico
Preservando herança enigmática
Da loucura do mundo atual, loucura de ricos
Loucura de pobres, loucura dos amigos
Loucura mundana, das guerras santas
Das guerras profanas!

Ps: Iniciando a "insanidade crítica", como eu mesmo apelidei. Loucura e insanidade mundanas em alguns dos próximos poemas.

Conferência aos amantes

Imaginem senhores uma figura
De tão bela formosura
Extirpando, de minhas entranhas, sentimentos estranhos
Não ruins, bons sentimentos, mas exóticos
Como a amor, sentimento ofegante, embriagante talvez
E minhas entranhas vão se consumindo
Pelo que, ou como, não sei
Mas me sentira tão sublime que me perdi
Naquela visão que de tão relusente me cegou
Mas não estou sem ver, minha cegueira foi da razão
Não ajo mais com o intelecto, mas sempre com o coração
E caminho sempre em frente, buscando
Encontrar a ela, figura tão bela
Será que está além mar?!
Não sei, talvez...
Pode ter sido um sonho, mas não lamento
Afinal, lembrança tão bela, leva-se, inclusive, ao final momento
Enfim, lhe digo, amei, realmente, aquela figura bela
Que de tão estonteante me fez chorar, de felicidade, mais uma vez!


Ps: Encontrei esse texto há muito perdido. Curtam!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tenho saudade

Tenho saudade
das coisas vazias e perdidas no tempo
de um mundo sem nenhum alento
daquilo que passou mas nunca reparei em seu valor
do lúdico mundano, de profano esplendor
do amor que nunca tive, nem terei,
de tudo o que não sei

Tenho saudade
das ruas vazias que jamais frequentei
da dor que nunca me fizeram sentir nem mesmo perdoei
do doce beijo que jamais experimentei
da beleza interior que nunca terei
do sol quente em dia de frio intenso
daqueles olhos que não me apaixonarem nem me jogaram ao relento

Tenho saudade
das pessoas que não existiram
das família que jamais mentiram
do pão e água nunca servido
da fome doída do estômago ferido
de tudo o que me envolve em um dia escuro
do mundo perdido atrás do muro

Tenho saudade
de você, mais bela existência
que um dia conquistou-me na inocência
de um coração puro
perdido na imensidão depois daquele muro
Ah! Doce beijo desejado
Um belo dia será alcançado

Tenho saudade
daquilo que fui, um dia atrás
sempre atrás de ti, amor voraz
nunca sendo demais o que senti
todavia me perdi
além mar estou
no mar da escuridão pereceu o meu amor...